Os astronautas americanos Butch Wilmore, de 62 anos, e Suni Williams, de 59, finalmente estão de volta à Terra, após mais de nove meses de uma jornada inesperada no espaço. Eles aterrissaram com sucesso no Golfo da Flórida, perto da costa de Tallahassee, por volta das 18h (horário de Brasília) de terça-feira (18), após uma viagem de 17 horas a bordo da cápsula SpaceX Crew Dragon Freedom, que os trouxe de volta da Estação Espacial Internacional (ISS).
O retorno dos astronautas ocorre com um atraso de 278 dias, muito além do planejado. Quando chegaram à ISS em junho de 2024, a missão deveria durar cerca de 10 dias. No entanto, um problema técnico com a cápsula de retorno fabricada pela Boeing os deixou presos no espaço. Além disso, uma série de atrasos e disputas políticas os manteve em órbita por impressionantes 286 dias.
A cápsula que transportava Wilmore e Williams foi recuperada sem incidentes, após uma trajetória tranquila pelos céus da América Central, antes de alcançar as águas mornas do Golfo da Flórida. Equipes de resgate foram rapidamente acionadas para retirar os astronautas, que estavam acompanhados pelo astronauta americano Nick Hague e pelo cosmonauta russo Aleksandr Gorbunov.
Após a chegada, o grupo será levado para o Centro Espacial Johnson, em Houston, onde passará por uma avaliação médica e se recuperará dos efeitos da longa permanência em gravidade zero. Estadas prolongadas no espaço podem causar atrofia muscular e problemas de visão, condições para as quais os astronautas serão monitorados antes de serem liberados para reencontrar suas famílias.
A missão de Wilmore e Williams os colocou em sexto lugar no ranking dos astronautas com mais dias consecutivos no espaço, com 286 dias. Eles estão atrás apenas da astronauta Peggy Whitson, que passou 289 dias na ISS em 2017. O recorde atual é de Frank Rubio, que permaneceu na estação por 371 dias após sua cápsula de retorno sofrer um vazamento em 2022.
O retorno dos astronautas começou às 1h (horário de Brasília), quando a cápsula foi desacoplada da ISS. Apesar da mídia ter se referido a eles como "presos" no espaço, os astronautas nunca estiveram realmente em risco, já que a ISS está equipada com cápsulas de evacuação em caso de emergência, conforme explicou a BBC.
O episódio, no entanto, gerou muitas manchetes, especialmente após o ex-presidente Donald Trump criticar o presidente Joe Biden por não ter resgatado os astronautas antes das eleições. Elon Musk, fundador da SpaceX, também se envolveu, alegando que Biden teria rejeitado uma missão de resgate meses antes, com receio de um desastre político.
Wilmore, por sua vez, se mostrou solidário com as declarações de Musk. "O que o Sr. Musk diz é absolutamente factual? Eu acredito nele", afirmou o astronauta em uma entrevista em março.
Em sua fala, Trump foi ainda mais direto, destacando a incompetência do governo anterior. "O presidente mais incompetente da nossa história permitiu que isso acontecesse com vocês, mas este presidente não deixará isso acontecer", disse ele, acrescentando um comentário sobre Williams. “Espero que eles se gostem, talvez se amem, não sei, mas foram deixados lá em cima.”
A história do retorno dos astronautas, marcada por imprevistos e disputas políticas, chega ao fim com um alívio global, enquanto Wilmore e Williams se preparam para recomeçar sua vida na Terra.
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