O advogado de defesa de Jair Bolsonaro (PL), Celso Vilardi, solicitou à Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) a rejeição da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente.
O advogado de defesa de Jair Bolsonaro (PL), Celso Vilardi, solicitou à Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) a rejeição da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente. Durante sua sustentação oral, Vilardi afirmou que Bolsonaro foi "o presidente mais investigado do país", citando desde investigações sobre suas falas em lives até a apuração de assuntos relacionados a vacinas contra a Covid-19.
Vilardi refutou qualquer envolvimento de Bolsonaro no suposto golpe contra a posse de Luiz Inácio Lula da Silva e enfatizou a posição do ex-presidente após os acontecimentos de 8 de janeiro. “Eu entendo a gravidade de tudo o que aconteceu no 8 de janeiro, mas não é possível que se queira imputar a responsabilidade ao presidente da República. O colocando como líder de uma organização criminosa, quando ele não participou dessa questão do 8 de janeiro, pelo contrário, ele a repudiou”, declarou.
Foto: Antonio Augusto/STF
O advogado explicou que a investigação que resultou em várias apurações contra Bolsonaro foi uma das mais longas e abrangentes, iniciada com uma live de 4 de agosto de 2021. "Eu inicio a minha sustentação dizendo que o presidente Jair Bolsonaro foi o presidente mais investigado da história do país, uma investigação que perdurou por anos, que começa com o objetivo de chegar a uma live de 4 de agosto de 2021, em que se autoriza a quebra de uma nuvem", afirmou Vilardi.
Ele também detalhou como as investigações evoluíram, passando por diversas frentes, como o uso de cartões corporativos, gastos do presidente e da primeira-dama, e emendas parlamentares, até chegarem ao caso das vacinas. “Num primeiro momento, verificava-se a live, numa investigação determinada pelo TSE [Tribunal Superior Eleitoral]. No segundo momento, investigava-se o cartão corporativo, os gastos do presidente e da primeira-dama. Depois, investigou-se até uma questão de emendas para se chegar numa questão de vacinas. Portanto, não havia um objeto específico”, completou.
Vilardi defendeu que, mesmo com a prisão e a colaboração do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, nada de relevante foi encontrado que comprometesse o ex-presidente. "E o que se achou, senhor presidente, depois de tudo isso? Que foram determinadas buscas e apreensões? Foi feita a quebra de nuvens, o presidente foi investigado, buscas e apreensões, o que se achou com o presidente? Absolutamente nada", disse o advogado.
O defensor também questionou a validade do documento encontrado na sede do Partido Liberal, que supostamente indicaria a criação de uma minuta sobre um Estado de Sítio. “Com o presidente não se achou absolutamente nada. A partir daí, restava a versão do delator com uma minuta que estava no seu telefone tratando de uma questão de Estado de Sítio e mais absolutamente nada”, ponderou.
Ao final, Vilardi refutou as acusações de tentativa de golpe, argumentando que não havia elementos suficientes para sustentar tal acusação. “Esse crime é impossível, com todo o respeito, falar-se em execução de crime contra o governo legitimamente eleito, que era o dele, o governo legitimamente eleito veio no final do ano de 22, com as eleições, então como se falar em tentativa, em início da execução? E mais, como se falar em início de execução, por pronunciamentos e lives, quando os dois tipos penais têm elementares do típico a violência ou a grave ameaça? Não existia violência nem grave ameaça”, concluiu.