A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou nesta segunda-feira (17) que a suspensão da ajuda externa dos Estados Unidos, decidida durante o governo Trump, tem causado interrupções significativas no fornecimento de tratamentos para o HIV em oito países.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou nesta segunda-feira (17) que a suspensão da ajuda externa dos Estados Unidos, decidida durante o governo Trump, tem causado interrupções significativas no fornecimento de tratamentos para o HIV em oito países. De acordo com a agência global de saúde, Haiti, Quênia, Lesoto, Sudão do Sul, Burkina Faso, Mali, Nigéria e Ucrânia enfrentam a possibilidade de esgotar seus suprimentos de medicamentos para o HIV nos próximos meses.
Em resposta à interrupção dos financiamentos, a OMS anunciou um corte em sua meta de financiamento para operações de emergência, reduzindo o orçamento planejado de US$ 1,2 bilhão para US$ 872 milhões no período de 2026-2027. O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, alertou que a suspensão da ajuda poderia reverter 20 anos de progresso no combate ao HIV, com um potencial aumento de 10 milhões de novos casos e 3 milhões de mortes relacionadas à doença.
Além disso, a paralisação da ajuda dos EUA afetou outros programas de saúde essenciais, como os de combate à poliomielite, malária e tuberculose. A OMS também ressaltou a iminente interrupção das atividades da Rede Global de Laboratórios de Sarampo e Rubéola, que conta com mais de 700 unidades ao redor do mundo e, atualmente, enfrenta desafios em um momento em que o sarampo está voltando a ser uma preocupação nos Estados Unidos.
Tedros enfatizou que os EUA têm a responsabilidade de garantir uma retirada ordenada e humana de seu financiamento, permitindo que os países afetados encontrem fontes alternativas de recursos. A falta de financiamento também impactou gravemente a operação de serviços de saúde essenciais no Afeganistão, onde, até março, 167 instalações de saúde haviam sido fechadas, e mais 220 poderiam ser desativadas até junho.
Além das consequências para a saúde global, a OMS enfrentou dificuldades financeiras devido à retirada de recursos dos EUA, seu maior financiador. A agência foi obrigada a congelar contratações e implementar cortes no orçamento, afetando sua capacidade de operar eficientemente.