Uma pesquisa apresentada durante um evento da Sociedade Europeia de Cardiologia, em Viena, indica que o uso prolongado de antidepressivos pode estar associado a um risco aumentado de morte súbita cardíaca.
Uma pesquisa apresentada durante um evento da Sociedade Europeia de Cardiologia, em Viena, indica que o uso prolongado de antidepressivos pode estar associado a um risco aumentado de morte súbita cardíaca. De acordo com os pesquisadores, o perigo cresce conforme o tempo de exposição aos medicamentos para modulação do humor.
A pesquisa, conduzida por Jasmin Mujkanovic, do Centro Cardíaco Rigshospitalet, em Copenhague, analisou todas as mortes entre adultos na Dinamarca em 2010, identificando aqueles que faziam uso de antidepressivos e faleceram devido a problemas cardíacos.
“O tempo de exposição aos antidepressivos foi associado a um risco maior de morte súbita cardíaca, o que se relaciona diretamente ao período que a pessoa esteve exposta aos medicamentos”, afirmou Mujkanovic.
Os dados do estudo revelam que:
Entre pessoas de 30 a 39 anos, o risco de morte súbita triplicava com uso de um a cinco anos e quintuplicava com uso acima de seis anos. Já entre indivíduos de 50 a 59 anos, o risco dobrava após cinco anos de uso e quadruplicava após seis anos de exposição aos fármacos. Em pacientes acima de 70 anos, houve um aumento de 83% no risco com uso entre um e cinco anos e um risco duplicado para aqueles que utilizaram por mais de seis anos.
Apesar da associação entre o uso prolongado de antidepressivos e o aumento do risco de morte súbita cardíaca, os pesquisadores ainda não determinaram a causa exata dessa relação.
“O aumento no risco pode estar relacionado aos potenciais efeitos adversos dos antidepressivos”, afirmou Mujkanovic. Segundo a pesquisadora, fatores como busca tardia por cuidados médicos, problemas cardiovasculares preexistentes e estilo de vida ligado à depressão podem estar influenciando os resultados.
O estudo ainda é considerado preliminar e, segundo os especialistas, mais investigações são necessárias antes que conclusões definitivas possam ser estabelecidas. Os resultados devem ser revisados e publicados em uma revista científica com revisão por pares.