Demorou, mas saiu, e em um momento ainda mais especial. O volante Gregore fez seu primeiro gol pelo Botafogo na vitória por 1 a 0 sobre o Bragantino, fora de casa, no último sábado, e garantiu os três pontos que colocam o time novamente em boa vantagem em relação ao Palmeiras na briga pelo título do Brasileirão.
O Globo Esporte exibe uma reportagem com o volante nesta segunda-feira.
O "sentimento de alegria", dito por ele após o jogo, também rotula sua fase vestindo preto e branco. O meio-campista, que começou como atacante nas categorias de base, conversou com o ge em entrevista exclusiva, avaliou os oito meses e brincou com o apelido de "pitbull" que recebeu da torcida.
Com qualidade no desarme, que originou seu apelido, ele contou que não era possível "chegar forte" no meia argentino nos treinos, e brincou:
- Não, não pode (chegar forte). Não é que não pode, mas a gente evita. Às vezes em um lance no treino ali... lesionar o Messi é complicado. Pessoal já vai te mandar lá para o RH. Então é coisa que a gente não quer. Tirando essas brincadeiras, foi uma experiência muito grande na minha vida, poder trabalhar com o melhor do mundo.
- O que a gente vê na televisão, ele [Messi] faz no treino. Ele ama o futebol, da forma que é competitivo. Todos os treinos ele quer ganhar, quando perde também ele fica irritado. Isso é uma forma de demonstrar o quanto ama o futebol. É essa história que ele deixou aí, né - lembrou.
- A gente tem a oportunidade de entrar na história do clube. Estamos na frente em duas competições importantíssimas. Sendo campeão, é muito bom coletivamente, mas individualmente também muda o patamar. Vamos fazer de tudo para conquistar esses títulos.
Veja outros destaques da entrevista com o meio-campista:
Desejo por chegar à Seleção
"É um sonho que eu tenho, sempre tive. Trabalho muito para isso. Se tiver que acontecer. Independente de vir, vou fazer de tudo para chegar lá. Vejo o pessoal comentando, é uma torcida deles por mim. Mas sei que tenho que fazer um trabalho muito forte para chegar lá, porque têm muitos jogadores qualificados sendo chamados. Eu quero chegar lá."
Relação com o torcedor:
"É um carinho dos dois lados. Da mesma forma que vejo o carinho que a torcida está tendo por mim, eu tenho por eles. Vejo essas coisas que eles vêm fazendo no estádio. Eu estava até falando com o Marcão outro dia que tem umas fotos minhas que aparece eu sorrindo entrando no jogo. É porque eu estou sentindo naquele momento, entrando e vendo aquele mosaico. Esse carinho que eu estou sentindo, quero retribuir."
Trajetória até se tornar volante forte na marcação
"Na base eu era atacante. No entendimento de alguns treinadores que eu tive, foram me mostrando que eu tinha capacidade de ajudar na marcação. Claro que hoje o futebol mudou muito. A parte defensiva começa desde lá da frente. Eu fui aprendendo a fazer, estudando jogadores. Quando comecei, os treinadores me mostravam vídeo e eu fui aprendendo na minha carreira."
Gregore desarma Felipe Melo no lance do gol do Botafogo contra o Fluminense — Foto: Jorge Rodrigues/AGIF
Contratações e competitividade interna
"Acho que todas as contratações para reforçar o elenco, quem ganha é o time. Independente de quem jogar, vai mudar a característica, mas o coletivo não vai perder muito. A questão de estar jogando mais agora é fruto de trabalho também. Mas com os meio-campistas que a gente tem vamos estar bem servidos."
"Isso faz você evoluir. Quando está do lado de profissionais qualificados, faz você trabalhar mais, ter mais atenção aos detalhes. Quando achar que chegou no limite, você olha para o lado e vê um jogador que você pode aprender, agregar no seu trabalho. Essa competitividade é muito boa para qualquer um. Só faz evoluir o atleta e o ser humano também."
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Gregore fez 47 jogos dos dos 65 do Botafogo na temporada. Para o duelo desta quarta-feira, contra o Peñarol, ele pode não ser titular já que está pendurado e pode ficar fora de uma iminente final da competição.
Por Giba Perez, Guilherme Oliveira, Jéssica Maldonado, Raphael de Angeli e Ricardo Lay ?- Rio de Jan