A doença de Alzheimer, que afeta aproximadamente 6,7 milhões de americanos, pode ter encontrado um possível tratamento reversível, graças a uma substância presente em uma erva comum encontrada em muitos produtos para queda de cabelo.
A doença de Alzheimer, que afeta aproximadamente 6,7 milhões de americanos, pode ter encontrado um possível tratamento reversível, graças a uma substância presente em uma erva comum encontrada em muitos produtos para queda de cabelo. Um estudo recente, publicado na revista Antioxidants, aponta o ácido carnósico — encontrado no alecrim e na sálvia — como uma arma promissora no combate ao Alzheimer.
Pesquisadores descobriram que, ao administrar uma forma estabilizada de ácido carnósico em camundongos com a doença, a função cerebral desses animais melhorou significativamente. A perda de memória foi revertida, e a inflamação cerebral — um dos principais fatores responsáveis pelo declínio cognitivo — foi consideravelmente reduzida.
"Realizamos diversos testes de memória, e todos eles melhoraram com o uso do composto", afirmou o principal autor do estudo, Dr. Stuart Lipton, neurocientista do Scripps Research Institute, em um comunicado. "Não apenas retardou o declínio, como praticamente reverteu à normalidade."
Devido às suas propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes, o ácido carnósico é frequentemente utilizado para promover o crescimento capilar. Muitos acreditam que o óleo de alecrim, rico nesse composto, pode rejuvenecer e fortalecer os folículos capilares, estimulando a circulação sanguínea no couro cabeludo.
Pesquisas anteriores já haviam sugerido que o ácido carnósico tem efeitos neuroprotetores, protegendo os neurônios do hipocampo e ajudando o cérebro a combater o estresse oxidativo — ambas as características marcantes da doença de Alzheimer. Embora este estudo tenha sido realizado com modelos de camundongos, o fato de o ácido carnósico já ser considerado “geralmente seguro” pela Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA (FDA) levanta a esperança de que testes em humanos não estejam tão distantes.
O Dr. Lipton também acredita que o composto pode ser útil no tratamento de outras doenças inflamatórias, como diabetes, doenças cardíacas e Parkinson. Além disso, ele sugere que o ácido carnósico pode potencializar a eficácia dos medicamentos atuais para Alzheimer, ao reduzir ou limitar seus efeitos colaterais.
O alecrim, uma erva da região mediterrânea, já é conhecido por suas propriedades medicinais, especialmente no que diz respeito à memória. "Há alecrim, isso é para lembrança", diz Ofélia em Hamlet, de Shakespeare.
Enquanto isso, cientistas continuam buscando novas formas de combater a demência e retardar o envelhecimento cerebral, desde o consumo de chá verde até ter mais filhos.