Nesta sexta-feira (21), o governo de Donald Trump anunciou sanções contra a ex-presidente argentina Cristina Kirchner e o ex-ministro do Planejamento Federal, Julio de Vido, devido às acusações de corrupção que ambos enfrentam na Argentina. A medida, divulgada pelo secretário de Estado, Marco Rubio, inclui a proibição de entrada nos Estados Unidos para os dois e seus familiares diretos.
Segundo o Departamento de Estado, Cristina Kirchner e Julio de Vido “abusaram de seus cargos ao orquestrar e se beneficiar economicamente de múltiplos esquemas de suborno relacionados a contratos de obras públicas, resultando no roubo de milhões de dólares do governo argentino”. A nota oficial destaca que “múltiplos tribunais os condenaram por corrupção, minando a confiança do povo argentino e dos investidores no futuro da Argentina”.
As sanções também se estendem aos familiares diretos de Cristina Kirchner e Julio de Vido, incluindo o deputado nacional Máximo Kirchner, sua irmã Florencia e a esposa de De Vido, Alessandra Minnicelli.
O presidente argentino, Javier Milei, compartilhou o comunicado nas redes sociais, acompanhado da legenda “Che Cristina”, em alusão ao bordão utilizado pela ex-presidente ao criticar as políticas do governo libertário.
O governo dos EUA, em comunicado oficial, reforçou o compromisso em “promover a responsabilização daqueles que abusam do poder público para benefício próprio” e reafirmou a determinação em “combater a corrupção global, inclusive nos mais altos níveis de governo”.
As sanções foram aplicadas com base na Seção 7031(c) da Lei de Dotações para Operações Estrangeiras e Programas Relacionados do Departamento de Estado de 2024, que autoriza o secretário de Estado a designar publicamente ou privadamente funcionários estrangeiros e seus familiares diretos envolvidos em atos de corrupção significativa ou graves violações dos direitos humanos.
O governo dos EUA ressaltou que as sanções visam “expor atores corruptos através da atenção da mídia, apoiar ações de aplicação da lei local, promover a responsabilização e destacar a necessidade de reformas legais anticorrupção”.
Cristina Kirchner foi condenada em novembro de 2023 a seis anos de prisão e inabilitação perpétua para exercer cargos públicos por administração fraudulenta em obras públicas concedidas ao empresário Lázaro Báez na província de Santa Cruz. Julio de Vido, por sua vez, foi condenado a cinco anos e oito meses de prisão pela tragédia de Once, que resultou na morte de 51 pessoas, e ainda responde a processos por fraude contra o Estado.
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